19 de out. de 2011

A TAL DA INTERNET


            No dia 1º de agosto o escriba aqui viu mais um ano passar por debaixo da ponte da sua vida, e se já passaram muitos... Na véspera a amiga Jussara Aymone havia publicado no seu mural, no Facebook, uma fotografia da primeira e mais famosa drag queen gaúcha, o Ivo Rodrigues, festejando seu aniversário num remoto 31 de julho de mil e novecentos e antigamente, o que me despertou a idéia de comentar aquelas comemorações no cabaré do aniversariante onde ele recebia a fina flor dos “gurizinhos” daqueles tempos para animadas libações. E, já que meu aniversário era no dia seguinte, aproveitávamos para uma pré-comemoração “na aba”, como se diz em carioquês.
Pensei, mas mudei logo de idéia, pois da ultima vez em que contei historias das nossas andanças juvenis, por assim dizer, pouco família, recebi comentários azedos de descendentes dos personagens que as viveram, sob a alegação de que eu estaria denegrindo a memória dos seus ancestrais. Como longe de mim tive a intenção de macular a biografia de meus antigos companheiros de esbórnia achei por bem tratar de encontrar outro assunto para esta crônica semanal do Tribuna.
No Facebook, este arquivo vivo dos tempos atuais, vem sendo publicadas fotografias de Uruguaiana e de sua gente tiradas do fundo dos baús dos nossos ancestrais, escaneadas e dadas à luz nas páginas da turma mais antiga, mas que, sem medo desse monstro chamado informática, vai tentando de se enfronhar nos segredos dessa coisa misteriosa que é a Internet.
Os nossos leitores mais novos devem estar zombando daqueles que, deixando os “inta” passaram ao grupo dos “enta” - trinta... quarenta... cinquenta... sessenta... setenta... oitenta (será que temos alguns representantes dos oitenta?).
Há algum tempo atrás, quando o Orkut era a rede social mais popular entre a gurizada eles usavam uma maneira esquisita de escrever, quase que um código, copiada do inglês com termos e abreviaturas estranhas quase incompreensíveis para aqueles que tiveram a sorte de aprender a ler e escrever português com um mínimo de correção. Nossa sorte é que com a popularização do Facebook e a teimosia do mais experientes hoje já conseguimos nos comunicar de maneira mais inteligível. Afinal, como diz a letra de um samba da Velha Guarda da Portela: “Estamos velhos, mas ainda não morremos”. Ou na versão gaudéria: “Não podemo se entregá prôs home”.
...E vamo em frente sem medo dessa tal de Internet.

               

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