16 de mar. de 2010

POETANDO


FIM DE ESTAÇÃO

O verão terminou ontem
E quase ninguém percebeu.
Mas eu vi.
Deitado no banco debaixo do abacateiro,
enquanto esperava por ti,
vi a última borboleta
nas folhas que começavam a amarelecer.
Então chegastes...
... e conversamos.
... e bebemos.
... e falamos.
... e rimos.
... e rimos,
e sonhamos,
e rimos.
O tempo passou e nós não vimos.

Quando olhei o relógio
já era outono.
Só então eu vi:
Vi o erro que cometia
querendo prender o pássaro do verão.
Andorinha não nasceu para gaiola,
Não canta.
Encanta.
Sua beleza é liberdade do seu vôo.
No cativeiro
Definha, entristece e morre.

Feliz, por te saber feliz
Abro meus braços e te deixo partir.
Vai, toma o rumo que bem quiseres...
Eu ficarei a espera de outro verão
Que talvez não chegue jamais.
****************************************************************
OUVE!

Ouve!
Quem te fala
não te é estranho.
Sou eu,
aquele que tanto
te quis dar
e de quem
tudo recusastes.
Te peço, agora,
neste dia,
só neste momento:
Abre a cortina
do passado
deixando entrar
em tua vida presente
esta sombra triste
que te segue ao longe,
ainda e sempre.
Lamentavelmente.

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