A continuar assim, terei de pedir aumento de salário ao nosso Redator Chefe e, ainda, cobrar taxa de urgência... Estão me avisando hoje que querem a entrega desta coluna em tempo de publicá-la na próxima quinta feira. Rápido assim, só autor de novela assessorado por inúmeros assistentes. O humilde catilógrafo aqui, só catando um assunto, leva mais de vinte e quatro horas e despende outras tantas “brigando com as pretinhas”. Mas vamos lá... Com as comemorações do 7 de Setembro na próxima semana, volto aos tempos em que desfilava pelas ruas de Uruguaiana cheio de orgulho e garbo. Minha lembrança mais distante é de meu primeiro desfile, ainda com oito anos de idade. Eram os tempos do Estado Novo de Getulio Vargas e a Semana da Pátria durava mesmo uma semana com festejos diários. Aconteciam dois desfiles: o do 7 de setembro com a participação dos militares e, reflexo da política estadonovista, com representações de entidades civis, sindicatos e associações. Para nós, gurizada, o mais esperado era o Dia da Juventude quando se apresentavam o Colégio dos Padres, o Colégio das Freiras, o União e todas as outras escolas da cidade. A disputa entre os dois primeiros era esperadíssima com torcida para ambos os lados. O Colégio dos Padres, onde estudava quase que a totalidade dos meninos filhos da aristocracia local, levava vantagem por ter uma formação mais marcial e contar sempre com o apoio do pessoal militar que chegava até a emprestar espadas para serem usadas pelos alunos comandantes dos pelotões. O Colégio das Freiras era versão feminina do seu co-irmão masculino, só que, em vez de assumir atitudes marciais, se valia da beleza e da jovialidade das suas alunas. E o grande rival dos dois era o União. Estabelecimento de ensino metodista, protestante como era chamado, de orientação americana, e misto. Isso fazia toda a diferença. Tinha mais a cara das escolas que costumávamos ver nos filmes americanos, mais alegre, menos carrancuda, tanto que foi ele o primeiro estabelecimento de ensino a trocar os uniformes militarizados por outros mais modernos. Ainda lembro da sua primeira camiseta branca tendo ao peito uma letra U atravessada por uma flecha, copiando o designe das universidades “made in USA”. Isso, depois, deu origem uma tremenda gozação por parte dos adversários. Foi nele que cursei o ginásio de 1945 a 1950 e onde fiz amizades inesquecíveis, inclusive com atual prefeito Felice, um guri gordinho que adorava jogar bola. Por falar nisso, um dia ainda faço um estudo sobre a importância da bola de tênis, ou de meia, na formação dos craques do futebol.
E foi num desses desfiles da Juventude que estreei no contato com o público tocando tambor à frente da minha escola, o Romagueira Correa. Acho que não tocava coisa alguma - ou tocava mal, mas ganhei a função de destaque por indicação de Dona Lucy, minha professora e minha primeira fã incondicional. Credito a ela ter sido quem primeiro vislumbrou o artista que havia em mim... rsrsrsrs
OLHA NOS AQUI, GENTE,ENCABEÇANDO O DESFILE!
Você tava bronzeadinho, heim? Desde aquela época que tu não podia ver uma câmera que já olhava...
ResponderExcluirOlhava com ar de futuro galã. Exibido!
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