Estava eu posto em repouso quando alguém veio me chamar dizendo ter gente querendo falar comigo no salão do refeitório. Como ainda já era quase noite e havia passado o dia envolvido na movimentação provocada pela chuvinha teimosa avolumando os corixos em volta do vilarejo pantaneiro sai da rede com tremenda má vontade. Quem poderia estar me procurando àquela hora naquele fim de mundo?
No refeitório, mal iluminado pelos lampiões a gás, pude perceber um aglomerado de pessoas da comitiva em torno de um sujeito que, pela distância, não consegui divisar. Fui me acercando e os outros me abrindo caminho. Foi aí que vi, naquele lugar e momento improvável, ele meu amigo de infância, Zeca Velo, vindo em minha direção de braços abertos, alegre e sorridente, tendo a seu lado – vejam só – uma querida guardiã de nossas molecagens infantis: a Santa. No mesmo instante procurei por sua parceira inseparável, mas ela, Florinda, não se encontrava presente. No meio do abraço Zeca e eu abrimos a maior choradeira pelo que fomos repreendidos por Santa: - O que é isso, gurizada? Homem não chora!
Está bem, homem não chora, mas nos dois chorávamos qual terneiros desmamados.
Sonho estranho esse no qual todos nós éramos jovens, belos, de cabeleiras fartas e negras. Até o Zeca ainda tinha muito cabelo...
Acho que isso resultou de ter estado, na noite anterior, admirando algumas fotografias do século passado onde apareciam muitos de nossos amigos dos velhos tempos. Gente de quem nem mais lembrava as feições, em festas, encontros, churrascos, jogos. Havia até uma fotografia, feita na casa de Vinicius Marsiaj lá por 1957, do bloco Pichichê – com as moças calçando as tradicionais botinhas - e outra do seu eterno rival, o Big-Ben.
Agora penso até em dar uma chegada a Uruguaiana para fazer uma pesquisa nas caixas de fotografias do pessoal mais antigo. Daria uma coletânea bem interessante. Aceito sugestões.
Tudo foi sonho, mas um sonho maravilhoso, desses que a gente nem quer acordar para a realidade. E, certamente, nele a Santa apareceu para cobrar a promessa que fiz de contar uma historia sua nessa coluna. É que ela tinha ficado enciumada quando tempos atrás contei uma anedota falando da Florinda.
- Viu Santa, foste tão prestigiada que terminastes ganhando um sonho só para ti.
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E PRÁ COMPLETAR A PÁGINA...
O Nono foi hospitalizado e os filhos, netos e bisnetos vieram de todos os cantos do mundo para cumprir seu último desejo: O de morrer no seu lar, ao lado de seus entes queridos.
Trazido para casa foi instalado no seu quarto e as visitas foram se revezando tentando consolar e dar conforto ao Nono em seu derradeiro momento.
Na penumbra lúgubre do aposento com as cortinas fechadas, o moribundo respirava com dificuldade, De repente o Nono sentiu um aroma maravilhoso que vinha da cozinha. Era a Nona tirando do forno uma fornada de “pastiére de grani italiani”. Os olhos do Nono brilharam, ele se reanimou e pediu ao bisneto que estava ao lado da cama:
- Piccolo mio, vai na cojina e pede um pedaxo de pastiére pra Nona.
O guri foi e voltou muito rápido.
- E o pastiére ? - perguntou o Nono.
- A Nona disse que no!
- Ma per que no, porca miséria, ma que vécchia desgraciata! Quê qüesta putana falô?
- A Nona disse que é pro velório!
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EMERGÊNCIA
Um eletricista vai até a UTI de um hospital, olha para os pacientes ligados a diversos tipos de aparelhos e diz-lhes:
- Respirem fundo: Vou trocar o fusível.
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E... ONDE ANDA BILA ORTIZ???????
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