Ad rivum eundem lupus et agnus venerant
siti compulsi; superior stabat lupus
longeque inferior agnus. Tunc fauce improba
latro incitatus iurgii causam intulit.
'Cur/ inquit, 'turbulentam fecisti mihi
aquam bibenti?' Laniger contra timens:
'Qui possum, quaeso, facere quod quereris, lupe?
A te decurrit ad meos haustus liquor.'
Repulsus ille veritatis viribus:
'Ante hos sex mensis male,' ait, 'dixisti mihi.'
Respondit agnus: 'Equidem natus non eram.'
'Pater hercule tuus,' inquit, 'maledixit mihi.'
Atque ita correptum lacerat iniusta nece.
Versão livre para aqueles que não tiveram a sorte de aprender latim no ginásio. (Eu estudei com o Prof. Cirilo Zadra, no Instituto União):
O lobo e o cordeiro foram beber no mesmo regato: o lobo estava na parte mais alta da corrente e o cordeiro mais abaixo. A fera incitada pela fome resolveu criar caso, falando:
- O cordeiro, porque estas sujando a água que estou bebendo?
O cordeiro retrucou:
- Como posso estar fazendo isso, senhor Lobo? A água esta vindo dos teus para os meus goles.
A resposta não agradou à fera:
- Não foi agora, foi no ano passado.
Respondeu o cordeiro:
- Mas como, se eu nem nascido não era?
_ Então foi o teu pai que me prejudicou, disse o lobo.
... E trucidou o cordeirinho.
Essa historinha que conto, não para alardear meus dotes latinistas, me foi trazida à lembrança pela discussão da reserva de cotas raciais nos diversos setores da sociedade.
Hoje tudo se volta para o pagamento de dividas que seriam nossas para com as ditas minorias prejudicadas pela nossa estrutura sócio-econômica. Nos é cobrada a “água” poluída por nossos ancestrais com a mesma desfaçatez com que o lobo atacou o cordeiro.
Francamente, não sei a quem interessar possa essa divisão do pais em castas mas, tenho certeza, as intenções dessas ditas posições “politicamente corretas” são as piores possiveis.
Acreditaria nelas se fossem atitudes sociais, ou seja, que levassem oportunidade aos menos favorecidos através de uma política educacional baseada no direito constitucional da igualdade para todos os cidadãos independente de credo, raça e coloração política.
A consoilidar ainda mais minhas convicções me amparo na dificuldade que temos em identificar quem foram aqueles que no passado poluíram a “água do lobo”. Para ser mais explicito me limito somente às cotas raciais citando um só exemplo, que é o dos mercadores de escravos negros citados no livro “Brumas da História” de Asséde Paiva.
“Sobas, africanos, vinham negociar seus irmãos no Brasil, como se prova em Vivaldo Coaracy, História do Rio de Janeiro, p. 458”:
[...] em três ocasiões diversas, o rei de Dahomey mandou embaixadas oficiais ao Rio para se entender a respeito [exportação de escravos] com as autoridades da cidade. Uma dessas embaixadas, das quais e do seu aspecto pitoresco há notícia na correspondência dos governadores, pretendia obter para aquele soberano africano o monopólio do fornecimento de escravos ao mercado carioca.
Sendo assim me parece que fica mais difícil e totalmente injusto cobrar a conta da atual geração do nosso país.
Tem muito mais gente e povos com maior culpa no cartório pela escravidão e exploração das minorias aqui e lá fora.
Olá,
ResponderExcluirSe puder visite, comenta e divulga o blogue
www.tonymadureira.blogspot.com
Obrigado