14 de abr. de 2011

EM CIMA DA HORA.

08/03/2011

Bem... Diante do silêncio sobre a nossa possível ida ao carnaval de Uruguaiana, o jeito é tocar em frente e tratar de mandar esta coluna ainda no prazo.
Aqui no alto de Araras, em Petrópolis, as atividades momescas se limitaram a comer, beber e dormir, ainda que tenha, quase que compulsoriamente, assistido a todos os desfiles do Rio de Janeiro, atividade obrigatória de quem gosta de carnaval. Mas toda essa orgia gastronômica termina sendo uma maratona a nos deixar esfalfados, com o fígado reclamando, numa prosaica ressaca.            
Apesar de convites para permanecer na cidade maravilhosa, a ameaça de acabar num camarote de cervejaria fez com que optássemos por um saudável(?) retiro no alto da serra de Petrópolis.  Araras, onde estamos, é um distrito distante da muvuca de Itaipava, outro distrito de Petrópolis que tem pretensões de se tornar a Búzios da serra fluminense. Aqui quase todos se conhecem, mesmo aqueles não residentes que construíram aqui seus retiros de fins de semana. O único defeito é que esses não residentes são quase todos pessoas com muita “bala na agulha” o que leva o comercio local a praticar preços compatíveis com suas vaidades e quase que incompatíveis com nossas necessidades. E nesta nós nos ferramos por sermos membros da abominável classe média (na visão petista do mundo) sem termos sua disponibilidade financeira.
Mesmo com essa disparidade conseguimos levar uma existência pacifica e participativa já que os nossos amigos vão de uma ponta a outra do naipe social local, ou seja, do patrão ao empregado, o que faz disso aqui o céu na terra.
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Em cima da hora... Em Cima da Hora é nome de uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio de Janeiro, celeiro de sambistas de raiz, mas que, por obra do atual gigantismo das agremiações, não consegue se reerguer do Grupo de Acesso. Destino este que é o mesmo do Império, a escola do mestre Silas de Oliveira. Hoje o grupo principal da LIESA não mais representa o samba carioca, mas sim o samba fluminense já que grande parte de suas principais entidades carnavalescas vem de cidades vizinhas: Duque de Caxias, Niterói, Nova Iguaçu, Nilópolis, São Gonçalo... E foram essas escolas que fizeram do desfile da Sapucaí  um espetáculo de luxo e riqueza mas que, em compensação, quase acabaram com o espírito carioca do carnaval agora renascido na folia das ruas com seus blocos e cordões carregando multidões de legítimos amantes da gandaia e do prazer. Isso nos dá esperança de que um dia o povão possa assistir o desfile de escolas legitimamente cariocas, escolas de raiz, num espetáculo ao alcance do seu poder aquisitivo, deixando o Desfile Oficial para turistas, gringos e a turma dos camarotes, que estes podem pagar por esse “fake” carnaval carioca.
Agora o carnaval brasileiro espera que Uruguaiana cumpra o seu dever. E cuidado com os argentinos de San Luis!...







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