20 de jul. de 2010

A COPA DO MUNDO... É DELA


O escriba aqui estava frustrado em sua vaidade jornalística... Na semana que passou não mandei matéria para esta coluna e ninguém reclamou, nem mesmo o editor. Isso só poderia significar que fora abandonado até mesmo por meus cinco únicos leitores. Ó tristeza! Ó dor! Quer dizer que meu esforço de produzir uma lauda de texto durante sessenta e três semanas contínuas nada significou na produção cultural deste país? Mas mesmo assim decidi não me deixar abater pela sua indiferença dos ingratos e continuar semanalmente enchendo sua paciência, pelo menos até que os editores me dêem um bilhete azul.
Mas eis que de repente tudo muda com uma ligação do Skype vinda da Juca, minha sobrinha moradora na cidade. Durante o bate papo disse-lhe que estava naquele exato momento escrevendo esta coluna e contei a ela de minha falha da semana passada quando deixei em branco meu espaço no jornal e mais surpreso ainda fiquei quando ela disse haver gostado da crônica escrita por mim.  - Crônica, mas como crônica se não mandei nada para a publicação?  Foi quando soube que o redator, sabiamente, havia guardado uma ainda não publicada: “DE PISCINAS, LAREIRAS E FOGÕES”. Foi uma alívio por saber que algum leitor meu não tinha me abandonado e eu não estava em falta com meu Redator Chefe.
Passado o susto vamos ao assunto que toma conta do reino da bola (isso no sentido de corrupção, suborno), do nosso Brasil - o país do futebol: A Copa do Mundo da FIFA. Isso mesmo, da FIFA porque cada vez mais deixa de ser um evento esportivo para se tornar uma grande jogada comercial com seus inúmeros “patrocinadores” que transformam o que era um espetáculo futebolístico em um grande show de marketing e marcas. Os jogadores que ostentavam com orgulho apenas a logomarca das suas federações estão cada vez mais parecendo um mostruário de produtos esportivos, camisetas, abrigos, chuteiras e o que mais possa ser focalizado por uma câmera.
Ainda outro dia, nosso treinador, ou melhor, professor Dunga – O Birrento – se estranhou, com razão com jornalistas de poderosa rede nacional de TV (não vou nominar que é para não motivar uma reação restritiva, afinal ela é a maior empregadora da mídia nacional). Depois, em outra ocasião ele e Jorginho foram acusados de estarem dando prejuízo à FIFA por se recusarem a dar entrevistas aos jornalistas ao irem para os vestiários em espaços previamente vendidos pela entidade a órgãos da imprensa. E após a partida contra Portugal, a pedido de Dunga e Jorginho,  jogadores passaram direto, sem falar, pelo espaço que a FIFA vende às emissoras de rádio e TV brasileiras para entrevistas exclusivas. Espaço este que custa às emissoras algo em torno de 800 dólares por jogo. E deve ser por isso que estão sendo tão massacrados pela mídia.
            Posso estar sendo injusto mas, a meu ver, os participantes do jogo - jogadores e membros da comissão técnica - estão ali para atuar em uma disputa futebolística e são pagos para isso. Mas se a FIFA pretende que participem de um espetáculo audiovisual do qual a entidade aufere lucros fabulosos, não seria justo dividi-los com os participantes ainda que na forma de cachê?
            Estou certo ou estou errado?

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